Fé e Sexualidade

Ser Católico e Gay não é uma tarefa fácil.


Na Igreja, os sinais de abertura são sempre acompanhados de ferrenha oposição, e as posturas de acolhida são geralmente dúbias e temerosas. E assim nós ficamos como que estrangeiros dentro de casa, divididos entre pastores tentados pelo enrijecimento hostil dentro da letra escrita e morta, e entre pastores cheios de uma misericórdia enganadora que enfaixa feridas para não ter que curá-las.

Mas então, por que um jovem gay permanece em uma instituição dominada por senhores celibatários e onde mudanças progressistas são repetidamente frustradas?

Ora, para além de todas as frustrações, eu sei que fui batizado. Foram as águas do batismo que me acolheram nesta família de santos e pecadores. E é a voz do Senhor, que me chamou pelo nome para esta Igreja, que eu ouço cada vez que outras vozes me dizem que eu não sou bem-vindo nela. A exclusão vitimou o próprio Cristo, as discussões remontam a Pedro e Paulo, e mesmo com tantas barreiras o Espírito sopra livre, eleva os santos, abre as mentes e amolece os corações.

Além disso, a Igreja Católica tem uma rica tradição da doutrina social e de solidariedade com os excluídos, que desafia os valores mercadológicos e oferece uma forma diferente de viver. É uma tradição rica e diversificada, que une uma vasta família multicultural a despeito da crescente xenofobia e do exclusivismo das sociedades modernas. Ela oferece uma visão mais duradoura e esperançosa sobre o que significa ser humano.

Nós, humanos, somos uma espécie com uma capacidade incrível para o amor e a compaixão, mas temos também uma propensão peculiar à violência, à vergonha e à corrupção. Os cristãos chamam isso de pecado original, e eu encontro na Igreja Católica uma narrativa poderosa de esperança e de redenção em meio a tudo isso.
Portanto, vale a pena lutar!


1º de Novembro, Festa de Todos os Santos do ano de 2014.

Por Lucas Paiva

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